quinta-feira, 8 de setembro de 2016

Fisiologia da respiração




Chamamos de respiração a retirada de oxigênio do ar atmosférico seu transporte à celular, somada ao processo inverso- retirada de dióxido de carbono dessa mesma célula e seu transporte para atmosfera.

A respiração esta dividida em 3 partes: 

1) Ventilação Pulmonar:  O ar que chega aos pulmões já foi filtrado , as partículas menores ficam presas no muco, a rede vascular aquece esse ar, e as glândulas serosas umedecem o ar.

2)Trocas gasosas: transferência de oxigênio e gás carbônico pela membrana alveolar. 

3)Transporte de gases: o gás difunde-se do sangue para as células e das células para o sangue.

Na inspiração ocorre a expansão do tórax com diminuição da pressão dentro cavidade torá-
cica, onde o ar penetra nos pulmões. Na expiração, a cavidade torácica diminui de volume, a pressão interior aumenta e o ar vai para o exterior.




              Resultado de imagem para fisiologia da respiração- inspiração e expiração       

Fig 7.4: Fisiologia da Respiração- Inspiração e expiração


VIA: Editora Erica- Anatomia e Fisiologia Humana- Nivea Cristina Moreira Santos- 2ª Edição.




quarta-feira, 7 de setembro de 2016

Método DOMAN-DELACATO

 O MÉTODO DOMAN-DELACATO PARA CRIANÇAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS 

O método Doman-Delacato (cujo nome é devido a seus dois principais teóricos, Glenn Doman e Carl Delacato) foi elaborado no decorrer dos anos 50 e 60 nos Estados Unidos, pela equipe do Institute for the Achievement of Human Potential (Instituto para o Desenvolvimento do Potencial Humano), localizado na Filadélfia. No Brasil, o Instituto atua por meio do Centro de Reabilitação Nossa Senhora da Glória, no Rio de Janeiro, fundado em 1959. Há ainda diversas instituições que aplicam os métodos do Instituto ou similares na Dinamarca, na Itália, no Japão, no México e na Espanha, entre outros.

 O método Doman-Delacato está voltado principalmente para a educação de crianças com lesão cerebral. Crianças, porque considera-se que elas possuem maior plasticidade cerebral e, portanto, um melhor prognóstico em relação a melhoras que indivíduos com idade mais avançada (VERAS, 1989). Quanto ao fato de o método voltar-se apenas para a lesão cerebral, é importante esclarecer que, para o Instituto, lesão cerebral é um diagnóstico amplo que engloba uma grande variedade de casos que comumente são considerados como de deficiência física ou mental. De acordo com o Instituto, são lesões cerebrais as seguintes condições: paralisados cerebrais, crianças com necessidades especiais, autistas, disléxicos e crianças com síndrome de Down, entre outros. Dessa maneira, na medida em que o método Doman-Delacato busca possibilitar às crianças com deficiências superar suas dificuldades, é pertinente compreendê-lo como um método voltado para a educação especial (DOMAN, 1980).

 O marco teórico desse modelo de intervenção em educação especial está centrado no princípio da organização neurológica (LEWINN, 1969). De acordo com esse princípio, para que se possam instalar os processos comportamentais superiores que caracterizam indivíduos sadios, torna-se necessário que a criança passe com sucesso por etapas iniciais de desenvolvimento regidas por porções primitivas do cérebro humano: num primeiro momento, o bulbo raquiano e medula espinhal, posteriormente, a ponte cerebral, o mesencéfalo e partes distintas do córtex cerebral, até que o córtex requintado seja ativado e as diversas capacidades e habilidades individuais possam manifestar-se em níveis avançados. Essa convicção de que o desenvolvimento do indivíduo humano recapitula o desenvolvimento da espécie (ontogênese recapitula a filogênese) é um dos pilares da perspectiva de Doman e Delacato. A lesão cerebral, nessa perspectiva, age obstruindo vias sensoriais ou motoras, cessando o desenvolvimento da criança no que tange às funções prejudicadas pela lesão, e assim impedindo o surgimento pleno de funções superiores, intelectuais ou motoras (dependendo do tipo da lesão) (DOMAN, 1980). No entanto, se for realizada uma intervenção que possibilite algum tipo de reorganização de caráter neurológico, o processo de desenvolvimento pode retomar seus rumos e eventualmente o indivíduo com cérebro lesado apresentará melhora significativa em sua condição, podendo inclusive atingir a normalidade (DELACATO, 1963; DOMAN, 1980; VERAS, 1989).

Para efetuar o diagnóstico de crianças ditas com lesão cerebral foi criado o Perfil de Desenvolvimento, uma grade que relaciona sete estágios neurológicos pelos quais passa o desenvolvimento humano – diferenciados quanto às partes do sistema nervoso que controlam predominantemente as funções humanas em cada estágio - com a expressão de seis capacidades consideradas chaves. Três dessas capacidades constituiriam as capacidades sensoriais humanas (capacidade visual, capacidade auditiva, capacidade tátil) e, as outras três, as capacidades motoras (mobilidade, linguagem e capacidade manual). Ler, compreender, sentir, andar, falar e escrever, segundo a perspectiva de Doman e Delacato, são estágios avançados dessas seis capacidades humanas (DOMAN, 1980). 

Os profissionais que se utilizam do método da organização neurológica verificam em que grau cada criança apresenta essas capacidades, e podem assim verificar em que estágio neurológico ela se encontra. De posse desses dados, torna-se então possível elaborar um programa de atividades específico para a criança que lhe permitiria compensar o atraso no desenvolvimento e estimular as partes necessárias de seu cérebro com maior freqüência, intensidade e duração em relação ao que a criança realiza normalmente, a fim de que ela supere sua deficiência (DOMAN, 1980). 

As atividades que compõem esses programas visam trabalhar as seis capacidades mencionadas. As crianças são postas a rastejar, deslizar, são apresentadas a estímulos variados de ordem visual, tátil e auditiva, e assim por diante. Algumas dessas atividades são características de estágios mais primitivos (como por exemplo, arrastar-se no chão), enquanto outras só são possíveis em etapas mais avançadas (como utilizar o braqueador, isto é, dependurar-se nos degraus de uma escada disposta horizontalmente a uma certa altura do chão) (DOMAN, 1980; VERAS, 1989).

 Uma das atividades que é marca distintiva do método Doman-Delacato denomina-se padronização. Trata-se de uma técnica que busca estimular aspectos motores da criança, fazendo-a adquirir padrões corretos de movimentos de engatinhar para que seu cérebro possa desenvolver-se corretamente. Durante a padronização, a criança é deitada em uma maca e cerca de três adultos coordenam os movimentos de seus braços, pernas e cabeça de modo a imitar formas de engatinhar. A aplicação da técnica é justificada ao afirmar que movimentos passivos realizados pela criança podem estimular o desenvolvimento cerebral, e assim promover o que se chama de organização neurológica (DOMAN, 1980; VERAS, 1989). 

Uma outra característica importante a ser apontada referente ao método Doman-Delacato é o fato de que os programas a serem realizados pelas crianças são extremamente duradouros e trabalhosos, muitas vezes tendo que ser aplicados em tempo integral por mais de um adulto – como é o caso da padronização. No livro em que explica as características essenciais do método, Doman (1980) traz um exemplo de um programa que deveria ser executado diariamente das 8 horas e 45 minutos da manhã às 9 horas e 20 da noite, de maneira ininterrupta. Se programas desse tipo tivessem que ser executados apenas por profissionais dos Institutos, poucas crianças poderiam ser atendidas e os custos para os pais seriam muito altos. Por essa razão, no método os pais das crianças com deficiências são treinados para realizarem os programas em suas próprias casas. Trata-se de uma tarefa árdua para os pais, que em muitos casos passam a viver integralmente para seus filhos, inseridos numa rotina cansativa que exige muito deles e de suas crianças (VERAS, 1989). 

Por fim, cabe mencionar o objetivo terminal das intervenções com o método Doman-Delacato. A meta do tratamento é expressa de forma simples: a cura completa da condição deficiente da criança; a normalidade. A princípio poder-se-ia pensar que essa meta significa fazer com que a criança apresente ações compatíveis com os demais de sua faixa etária. Como Veras (1989) afirma de forma clara, não se trata de promover somente uma maior adaptação da criança em relação ao meio ou aumentar um pouco o grau em que se apresentam suas habilidades, mas curá-las por inteiro. Assim, por exemplo, crianças com síndrome de Down que fossem submetidas ao método Doman-Delacato com sucesso deveriam curar-se da síndrome, tornandose ex-mongolóides. De fato, Veras menciona o caso de uma aluna do Centro de Reabilitação que “[...] ex-mongolóide, agora é como uma moça normal”

VIA:O método Doman-Delacato no contexto da Educação Especial Ensaio